Da Scimmia Macabro
PARANAUÊ!
PARANAUÊ, PARANÁ!!!
Bem lá dentro do breu
Da caixa craniana que habito
Me intoxico com tragos de imagens
Do estourar de bombas, a esmo,
De imbecilidade e cinismo
Para beber à conturbada existência
Da minha alma, que morreu,
Em um tiroteio de sinapses.
PARANAUÊ!
PARANAUÊ, PARANÁ!!!
Foi com ela a vontade
De quase tudo que me faz mais vivo,
Ocupando, seu espaço,
A precaução e a idade
Para tentar sobreviver ao mundo
Em que as almas são implacáveis.
PARANAUÊ!
PARANAUÊ, PARANÁ!!!
Entretanto,
A metafísica do porre,
Pois, a cada tóxico que trago,
A alma parece revirar-se
Num murmúrio que os demônios percebem
E correm para espetá-la, com deboche,
Em seu sono fúnebre,
Que já não parece eterno.
PARANAUÊ!
PARANAUÊ, PARANÁ!!!
Na qual involuntariamente me embriago
Em efêmeros movimentos
Que tento reter
Com amargos parágrafos...
PARANAUÊ!
PARANAUÊ, PARANÁ!!!