Soneto a um cavalheiro
Por Tenente Russo
Roga para ter discernimento,
No trato a quem te deu só lealdade.
Segura a tua língua ao vil momento
Do ódio, que não tornes crueldade.
Não trama contra quem cresceu contigo,
Sopesando o duro golpe a um irmão.
Não deve receber qualquer abrigo
Um embuste disfarçado de lição.
Saibas ponderar algum tropeço,
Se é vero tal que chamas de apreço,
Se és de mim, além de tudo, um amigo.
Do contrário soarás qual um pelego,
Que debanda à suspeita de perigo,
Abrigando-te just'ao colo do inimigo.
Dito isso é só tua a decisão:
Ou amistoso, desarmado, aproxima-te,
Ou te afasta e me dê logo sossego.
sexta-feira, 25 de março de 2016
Soneto a um cavalheiro
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segunda-feira, 7 de março de 2016
Um haikai sobre o amor
Um haikai sobre o amor
Por Macaco Romântico
Eu já descrente
Lhe dei o braço
Feliz renasço
Por Macaco Romântico
Eu já descrente
Lhe dei o braço
Feliz renasço
Haikai da mercadoria
Haikai da mercadoria
Por Macaco Consumidor
Tudo é caro
Tudo quebra
Eu me aborreço
Por Macaco Consumidor
Tudo é caro
Tudo quebra
Eu me aborreço
Dois haikais da mãe natureza
Dois haikais da mãe natureza
Por Macaco Filho
Lhe dê bons tratos
Adubo e água
Ela o presenteia
Lhe dê desdém
Detrito e afronta
Ela o mata
Por Macaco Filho
Lhe dê bons tratos
Adubo e água
Ela o presenteia
Lhe dê desdém
Detrito e afronta
Ela o mata
domingo, 6 de março de 2016
Haikai do trem da Central
Haikai do trem da Central
Por Macaco Trabalhador
Honradas pessoas vêm e vão
Faltam tempo e conforto nos trilhos
Para casa, levam o sustento
Por Macaco Trabalhador
Honradas pessoas vêm e vão
Faltam tempo e conforto nos trilhos
Para casa, levam o sustento
sábado, 5 de março de 2016
Haikai da ciência
Haikai da ciência
Por Macaco Pesquisador
Apesar do desprezo
Apesar da ignorância
Por um elevado propósito
Por Macaco Pesquisador
Apesar do desprezo
Apesar da ignorância
Por um elevado propósito
Haikai da manhã
Haikai da manhã
Por Macaco Desperto
Apartado do conforto
Pela vida impelido
Me anima a novidade
Por Macaco Desperto
Apartado do conforto
Pela vida impelido
Me anima a novidade
sexta-feira, 4 de março de 2016
Haikai do amigo da onça
Haikai do amigo da onça
Por Macaco Velho
Amizade declarada
O seu bem sempre em primeiro
Como crer na lealdade?
Por Macaco Velho
Amizade declarada
O seu bem sempre em primeiro
Como crer na lealdade?
quinta-feira, 3 de março de 2016
Haikai da beldade
Haikai da beldade
Por Saru yarō
Contemplei as curvas
Escalei os morros
Sou jovem de novo
Por Saru yarō
Contemplei as curvas
Escalei os morros
Sou jovem de novo
Haikai da vida é uma festa
Haikai da vida é uma festa
Por Shiawasena saru
Nasci chorando
Gozei os dias
Desceu o pano
Por Shiawasena saru
Nasci chorando
Gozei os dias
Desceu o pano
Quatro haikais do sonho
Quatro haikais do sonho
Por Nodokana Saru
Queria asas,
No mar gelado,
Em paz com o dia.
Queria frutas
E gelo e açucar,
Em paz com as tripas.
Queria cores,
Em panos e formas,
Em paz com o mundo.
Queria amá-la,
A toda hora,
Em paz com tudo.
Por Nodokana Saru
Queria asas,
No mar gelado,
Em paz com o dia.
Queria frutas
E gelo e açucar,
Em paz com as tripas.
Queria cores,
Em panos e formas,
Em paz com o mundo.
Queria amá-la,
A toda hora,
Em paz com tudo.
Haikai da altercação
Haikai da altercação
Por Ikatteiru saru
O falso tergiversa,
Ao rugido do nervoso.
O gracejo é o sibilo venenoso.
Por Ikatteiru saru
O falso tergiversa,
Ao rugido do nervoso.
O gracejo é o sibilo venenoso.
Órgãos
Órgãos
Por Macaco Pesaroso
O organismo em questão
Não deseja melhora.
Está muito bem
Com suas células parasitas,
Que voltaram-se
Ao menoscabo do sistema.
São rainhas
Que dançam e mandam,
Como arcanjos
De um propósito obscuro.
E, assim, vão levando
Os órgãos à derrocada.
Às vezes,
Por puro orgulho.
Em muitas outras,
Por questões econômicas,
Na preservação
Da seiva que sugam,
Com a desculpa
De que mantém vivo
O organismo.
Têm em suas mãos
Os tecidos,
Que vão tramando
Contra qualquer ideia de melhora
Dessa criança,
Que já nasceu doente
E ora está velha,
Degradada na esperança.
Não adianta
Lhe dar remédio,
Ou conselho.
Os bichos que consomem sua mente,
Já a tem por morta,
Em seu espírito,
Adiando a derradeira metástase,
Apenas para dela se alimentarem,
Enquanto vivem...
Por Macaco Pesaroso
O organismo em questão
Não deseja melhora.
Está muito bem
Com suas células parasitas,
Que voltaram-se
Ao menoscabo do sistema.
São rainhas
Que dançam e mandam,
Como arcanjos
De um propósito obscuro.
E, assim, vão levando
Os órgãos à derrocada.
Às vezes,
Por puro orgulho.
Em muitas outras,
Por questões econômicas,
Na preservação
Da seiva que sugam,
Com a desculpa
De que mantém vivo
O organismo.
Têm em suas mãos
Os tecidos,
Que vão tramando
Contra qualquer ideia de melhora
Dessa criança,
Que já nasceu doente
E ora está velha,
Degradada na esperança.
Não adianta
Lhe dar remédio,
Ou conselho.
Os bichos que consomem sua mente,
Já a tem por morta,
Em seu espírito,
Adiando a derradeira metástase,
Apenas para dela se alimentarem,
Enquanto vivem...
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