sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Euremita

Euremita
Por Macaco da Penthouse

Diante das minhas convicções
Desfizeram-se amizades.

Por causa de algumas idéias,
Que não catei em livros,
Mas no meu próprio coração,
Percebi desafetos.

Imagino o que fariam,
Se o meu livre pensamento
Propagasse sem filtro.

Morreria só,
Com a pecha de insanidade,
Perversão, crueldade e frieza.

Mas, como bem assenta o ditado,
Repisando a certeza
À qual se chega desde o primeiro choro
E tanto mais no derradeiro momento:

Antes só,
Do que mal acompanhado...

Junk

Junk
Por Macaco Leitão
(Primo ao avesso da Míriam,
que fala de boca cheia
essas baboseiras)


Puros milhões de toneladas
De minérios a estertores,
Contudo, o Brasil é dito lixo
Por não dar lucro a seus credores.

Infindáveis barris de petróleo,
Para sustentar o progresso alheio,
Entretanto, o Brasil é feito lixo,
Por não doar-se ao estrangeiro.

O maior celeiro do mundo
De todo gênero alimentício,
Todavia, o Brasil é, de novo, lixo
Com mais um suplício de seu povo.

Doutores de ideias venturosas,
Esvaindo-se por falta de alternativa,
Mas, um palpite os relega ao lixo
Da sabotagem corporativa.

Uma
atrevida tentativa política
De libertar-se da serventia
E o Brasil é, então, um lixo,
Por não pagar sua alforria.

Anatocismo de dívidas prescritas
Em negócios internacionais escusos,
Porém, o Brasil não é mais que lixo,
Ao utilizar os seus recursos.

Muitos cartazes lesa-pátria
De canalhas chegando ao limite
E, assim, o Brasil é mesmo um lixo,
Na hipocrisia de sua elite.




sábado, 5 de dezembro de 2015

Ocupação político-escolar

Ocupação político-escolar
Por Macaco Estudante

Eu poderia me alienar,
Se não ferisse
Meu direito de ir e vir
E me relacionar.

Eu poderia me calar,
Se não faltasse
A ocasião de sorrir,
Algo de que me orgulhar,

Ou alguma pessoa lá fora
Em quem possa confiar...

Eu já me acovardei,
Mas não devia,

Diante da maldade,
Da injustiça,
Da tirania,
Titubeei deveras...

Mas, foram justamente os jovens
Aos quais eu falaria
Essa palavra urgente,
Amargada pelo tempo,
Que, de uma pobre escrita,
Maldita (!), não passa;

Foram justamente eles,
Esses que eu invejo,
Os que, pagando o preço,
Com os pés, em conjunto, fincados
Na terra que é sua

(E que somente assim
Merece uma bandeira!),

Sem medo do mundo, lutaram,
Virando séculos de jogo,
No fim de um ano terrível,
Que não deve ser esquecido,
Então me trazendo alento,
Em meio a polissêmicas lágrimas!