Rinoceronte
Por Macaco Cronista
Apud Marta Jungle
É como se tivesse
Um chifre na testa,
Que não me foi dado
Por minha senhora.
Aí está ele
A lembrar aos de fora
Quão mau posso tornar-me,
Conforme o tratamento.
Eu sei que incomodo:
A couraça intransponível,
A barriga que aflora,
Os pelos indomados,
O meu temperamento.
Qual a marcha reta e bruta,
Mas, bastante coerente,
Com bramidos econômicos,
Certamente, muito francos,
Pois não tramam o engano,
Não ofendem em entrelinhas
E não visam paralelos.
Todavia, o que peço
Não é tanto e gentilmente:
Que não usem de cinismo;
Que não tolham os meus sonhos;
Que me deixem ser inteiro
E, assim, me respeitando,
Reconheçam os meus feitos;
Não invadam os meus pastos;
Que não pisem nos meus cascos,
Nem me queiram aborrecido,
Para não acordar o monstro...
sábado, 6 de setembro de 2014
Rinoceronte
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