sexta-feira, 25 de março de 2016

Soneto a um cavalheiro

Soneto a um cavalheiro
Por Tenente Russo

Roga para ter discernimento,
No trato a quem te deu só lealdade.
Segura a tua língua ao vil momento
Do ódio, que não tornes crueldade.

Não trama contra quem cresceu contigo,
Sopesando o duro golpe a um irmão.
Não deve receber qualquer abrigo
Um embuste disfarçado de lição.

Saibas ponderar algum tropeço,
Se é vero tal que chamas de apreço,
Se és de mim, além de tudo, um amigo.

Do contrário soarás qual um pelego,
Que debanda à suspeita de perigo, 
Abrigando-te just'ao colo do inimigo. 

Dito isso é só tua a decisão:
Ou amistoso, desarmado, aproxima-te, 
Ou te afasta e me dê logo sossego.



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